22 dezembro 2010

Bom Natal a todos


Pois é, mais um ano, mais um Natal.
Para muitos o Natal é a celebração católica do nascimento de Jesus Cristo. Uma época de compaixão e ajuntamento familiar e de troca de prendas... e no resto do ano esquecem-se que existem os outros. Não será isto um pouco hipócrita? Não gosto da troca de prendas, apenas apela ao consumismo desenfreado! E se gostam tanto das pessoas para lhes oferecer prendas, porque não o fazem durante o ano? Quando recebemos uma prenda fica sempre no ar a obrigação de retribuir e realmente há pessoas que ficam chateadas quando não são retribuídas... não será isto o contrário do tal "espírito Natalício"? Estas questões estão sempre na minha cabeça quando se fala de Natal e daí eu nao achar grande piada á troca de prendas! Penso que o Natal é para as crianças se divertirem, elas sim têm o verdadeiro espírito Natalício e acho que merecem sempre as prendas, nem que seja para lhes vermos aquele sorriso na cara, de tão contentes que ficam.

Em relação á celebração em si e o porque de o Natal ser no dia 25 de Dezembro, 3 dias depois do solsticio de Inverno, já é algo mais complicado mas que vou tentar expressar da melhor maneira.

Muitas civilizações antigas celebravam o solsticio de Inverno no dia 25 de Dezembro. Como os dias ficavam mais longos, era a celebração de uma nova era, de uma nova vida. Os Celtas iam mais além: o Inverno chegou, longas noites de frio, por vezes com pouca comida ou ração para os animais e não sabiam se ficariam vivos até a próxima estação. Faziam, então, um grande banquete de despedida no dia 25 de Dezembro. Seguiam-se 12 dias de festas, terminando no dia 6 de Janeiro.
Em Roma, o solstício do Inverno também era celebrado muitos séculos antes do nascimento de Jesus. Os Romanos chamavam-no de Saturnálias (Férias de Inverno), em homenagem a Saturno, o Deus da Agricultura, que permitia o descanso da terra durante o Inverno.
Em 274 o Imperador Aureliano proclamou o dia 25 de Dezembro, como "Dies Natalis Invicti Solis" (O Dia do Nascimento do Sol Inconquistável). O Sol passou a ser venerado. Buscava-se o seu calor que ficava no espaço muito acima do frio do Inverno na Terra. O início do Inverno passou a ser festejado como o dia do Deus Sol.

Em Roma celebrava-se o nascimento de Mitra a 25 de Dezembro, pois era o Deus que eles seguiam antes da Cristandade. Ora, e que características tinha este Deus do Mitraísmo?

Mitra (persa – romano) 1200 a.C
Nasceu dia 25 de dezembro;
nasceu de uma virgem;
teve 12 discípulos;
praticou milagres;
morreu crucificado;
ressuscitou no 3º dia;
era chamado de “A Verdade”, “A Luz”
veio para lavar os pecados da humanidade;
foi batizado;
como deus, tinha um “filho”, chamado Zoroastro.


Já ouviram isto em algum lado, correcto? E como este Deus há muitos mais: Horus (egípcio) 3000 a.C., Attis (Frígia – Roma) 1200 a.C., Krishna (hindu – índia) 900 a.C. Existem outros deuses com características muito semelhantes a estes. Estes são os mais conhecidos porque co-existiram com a nova religião, chamada de cristianismo.

Vejamos porque razão esses deuses possuem tais características:

Os deuses, na sua totalidade, possuem influências astrológicas. O Deus maior é o Sol, a luz do mundo, o “salvador”. O Sol é facilmente considerado como Deus, pois tais características são muito boas para um “salvador”. Ele traz vida, aquece, dá luz, etc.

O Solstício de inverno

Um fenómeno conhecido desde a antiguidade são os solstícios e no dia 22 de Dezembro, ocorre o início do solstício de Inverno, no qual o sol tem o seu ponto mais baixo no horizonte, devido à inclinação do eixo terrestre. Este ponto mais baixo permanece por um período de três dias, e, no dia 25 de dezembro, o sol sai deste ponto, subindo 1 grau e voltando, gradualmente, ao seu ponto mais alto, completando e finalizando assim o solstício de Verão.

Estrela Sirius e Constelação de três reis

A estrela que brilha mais forte no céu é a estrela Sirius, que no dia 25 de Dezembro fica alinhada à constelação de 3 Reis (curiosamente são 3 os Reis Magos). Este alinhamento aponta diretamente para o sol.

Sendo assim, o sol, saindo do solstício de Inverno “renasce”, movendo-se 1 grau para o norte depois de três dias (22-25) e quando renasce, é sinalizado pela estrela Sirius, seguida pela constelação de Três Reis, formando assim um alinhamento entre os três.

Entende-se que as mitologias surgiram, ou tiveram como base, estes fenómenos. O Sol, renascendo, é sinalizado pela estrela, que, formando um alinhamento com a constelação de reis e o sol, nos mostra a constelação seguindo a estrela e indo em direção ao Sol (salvador).

Então, temos a mitologia criada, de que o salvador foi sinalizado por uma estrela e que três reis foram até o salvador seguindo a estrela. Tal informação se assemelha com o relato do nascimento de Jesus.

A data de nascimento de Jesus é uma data comemorativa, que foi oficializada quase 400 anos depois de seu nascimento. Isso ocorre porque a bíblia não nos dá a informação exata sobre a data do seu nascimento. Apenas especulando, conseguimos descobrir mais ou menos a época em que Jesus nasceu. Isto aconteceu devido ao culto pagão anterior que se praticava em Roma na época (o Mitraísmo). Para a Igreja Católica triunfar teriam que "abafar" todas as celebrações já existentes com as suas próprias, não alterando datas para não "ferir susceptibilidades" e serem aceites de melhor maneira pelas novos cristãos. A comemoração do Natal de Jesus surgiu de um decreto. O Papa Júlio I decretou em 350 que o nascimento de Cristo deveria ser comemorado no dia 25 de Dezembro, substítuindo a veneração ao Deus Sol pela adoração ao Salvador Jesus Cristo. O nascimento de Cristo passou a ser comemorado no Solstício do Inverno em substituição às festividades do Dia do Nascimento do Sol Inconquistável.

Datação do Nascimento de Jesus

Jesus nasceu durante a vida de Herodes, o Grande, que os romanos haviam designado para governar a Judéia. Os calendários são contados a partir do ano em que se supõe ter nascido Jesus, mas as pessoas que fizeram essa contagem equivocaram-se com as datas: Herodes morreu no ano 4 a.C., de modo que Jesus nasceu 3 anos antes, a quando dos censos do povo Judeu, que ocorreu, exatamente, 1 ano após os censos dos outros povos também subjugados ao poder Romano. Estes censos ocorreram para facilitar aos Romanos a contagem do povo e a respectiva cobrança dos impostos. Os Judeus sempre se opuseram a qualquer tentativa de contagem, por essa razão, esta ocorreu um ano depois de ter ocorrido nos povos vizinhos.
Outra ajuda que temos para facilitar a localização da data do nascimento de Jesus foi que este ocorreu quando José foi a Belém com sua família para participar do recenseamento. Os romanos obrigaram o recenseamento de todos os povos que lhes eram sujeitos a fim de facilitar a cobrança de impostos, o que se tornou numa valiosa ajuda na localização temporal dos fatos, uma vez que ocorreu exatamente 4 anos antes da morte de Herodes, no ano 8 a.C. Entretanto, os Judeus tomaram providência no sentido de dificultar qualquer tentativa por parte dos ocupantes em contar o seu povo, pelo que, segundo a história, nas terras judaicas este recenseamento ocorrera um ano depois do restante império romano, ou seja, no ano 7 a.C.. Em Belém, o recenseamento ocorrera no oitavo mês, pelo que se concluiu que, Jesus nascera provavelmente no mês de Agosto do ano 7 a.C.

Outros factos também ajudam a estimar a data exacta. Conforme é relatado pelos textos bíblicos, no dia seguinte ao nascimento de Jesus, José fez o recenseamento da sua família, e um dia depois, Maria enviou uma mensagem a Isabel relatando o acontecimento.

A apresentação dos bebés no templo, bem como a purificação das mulheres teria de ocorrer até aos vinte e um dias após o parto. Jesus foi apresentado no templo de Zacarias, segundo os registos locais, no mês de Setembro num sábado. Sabe-se que Setembro do ano 7 a.C. teve quatro sábados: 4, 11, 18 e 25. Como os censos em Belém ocorreram entre 10 e 24 de Agosto, o sábado de apresentação seria o de 11/09. Logo Jesus teria nascido alguns dias depois de 21 de Agosto do ano 7 a.C..


Bem... poderia estar aqui a alongar-me imensamente sobre esta questão, principalmente no que toca ao tema sobre a Igreja Católica e não somente sobre o Natal... mas o melhor talvez será ver este video:


De qualquer maneira, desejo que o verdadeiro espírito e harmonia de Natal vos encha por dentro!

09 setembro 2010

Straight Edge

Como o prometido é devido, cá vai um post sobre o que é o Straight Edge.

Straight Edge (abreviando: sXe) é igual a não beber, não fumar e não consumir drogas… ERRADO! Senão a minha avó (e acho que quase todas as vossas avós) era a maior sXe do mundo.

Para uma melhor percepção deste assunto é preciso voltar 30 anos atrás no tempo, altura em que o movimento Punk estava em alta, uma subcultura que era contra o sistema e a sociedade, que nos impunha (e ainda impõe, se bem que hoje em dia as coisas já começam a ser completamente diferentes) regras em que as pessoas passavam a perder a identidade e a misturar-se na multidão para serem “apenas mais uma pessoa”. O que caracterizava o movimento Punk? O hedonismo e a auto-destruição. O abuso de drogas e álcool, o sexo promíscuo tirava-lhes qualquer credibilidade, embora conseguissem cativar as pessoas com as suas letras de intervenção cheias de mensagens politicas contra-sistema.
Ora, por volta de 1979/80 nasceu uma banda chamada Teen Idles no centro da cena Punk de Washington. Os membros da banda eram todos menores de idade e por isso mesmo não tinham idade legal para frequentar os concertos Punk, embora nem eles mesmo quisessem beber ou fumar e não consideravam a atitude niilista do movimento como uma obrigação. Detestavam o que o abuso de tais substancias faziam: concertos interditos a menores de idade por se vender álcool, as confusões causadas pelas pessoas alteradas, pessoas talentosas e inteligentes que morriam devido aos excessos, todas essas coisas! Fazia muito mais sentido que a atitude DIY do Punk (do it yourself = faça você mesmo) se caracterizasse por uma pessoa consciente e em controlo de si mesma.
Após a banda se ter formado, começaram a reunir cada vez mais pessoas que partilhavam da mesma opinião. Quando, um dia, estavam a fazer a capa para o primeiro e único álbum da banda, o baterista Jeff Nelson pegou num esquadro (Straight Edge em inglês) e comparou os ângulos rectos e austeros, com linhas direitas, á mentalidade firme que eles tinham, apelidando então toda aquela turma que se formou á volta da banda de “Straight Edge Punks”.
Com isto, nasceu como símbolo do Straight Edge o tão famoso X. Teen Idles fizeram uma viagem á Califórnia e tocaram dois concertos, em L.A. e São Francisco. Neste segundo sitio, para deixarem entrar menores de idade, marcavam o topo das mãos dos menores com um X para o barman os identificar e não lhes vender álcool. A banda achou a ideia engraçada e decidiram leva-la para Washington. Como ironia, pessoal com mais de 18 anos que também não queriam beber começaram a marcar as mãos com um X como solidariedade para quem era discriminado apenas por ser menor de idade. Desde aí pode-se ver o X em tatuagens, em nomes de bandas, camisolas, etc. (Normalmente até se mete XXX que como no porn, significa a vertente mais hardcore do movimento).

Em finais de 1980 a banda terminou e Jeff Nelson juntamente com Ian Mckay (outro membro dos Teen Idles) formaram os Minor Threat (diz-se por aí que queriam chamar á banda Straight Edge mas que os restantes membros não aceitaram) e elevaram o Straight Edge a um novo conceito, principalmente devido a uma música no álbum com o mesmo nome:



I'm a person just like you
But I've got better things to do
Than sit around and fuck my head
Hang out with the living dead
Snort white shit up my nose
Pass out at the shows
I don't even think about speed
That's something I just don't need

I've got the straight edge

I'm a person just like you
But I've got better things to do
Than sit around and smoke dope
'Cause I know I can cope
Laugh at the thought of eating ludes
Laugh at the thought of sniffing glue
Always gonna keep in touch
Never want to use a crutch

I've got the straight edge


Após este primeiro álbum de Minor Threat começaram a aparecer bandas com os mesmos ideais, não só na zona de Washington como um pouco por toda a América, mas em vez de serem consideradas como Punk, tinham a definição de Punk/Hardcore devido as letras ainda mais extremistas e um som mais rápido e muitas vezes com letras berradas. Entre 1980 e 1984 surgiram nomes que iriam ficar gravados para sempre no movimento Straight Edge tais como: SOA (Washington), SS Decontrol, DYS (ambas de Boston), 7 Seconds, Uniform Choice (ambas da costa oeste).
O movimento estagnou um pouco em 84, e em 1985 surgiu uma banda que deu um novo impulso ao sXe, tornou-o naquilo que é hoje em dia: um estilo/filosofia de vida levada a sério por todos os que se dizem sXe. (o próprio Ian Mckay diz que nunca pensaria na altura que as coisas tivessem esta proporção e que quando ele escreveu aquelas letras a falar sobre sobriedade era apenas contra o abuso de substancias nocivas, mas que nunca disse para nunca na vida beberem uma cerveja. Claro que as coisas evoluem e hoje em dia não é bem assim). Essa banda é Youth Of Today e o álbum que mudou tudo é o Can’t Close My Eyes com letras sobre a sociedade, a cena hardcore e também e principalmente o sXe:



Youth of Today - Youth Crew

Me you youth crew!
If the world was flat I'd grind the edge
To the positive youth my heart I pledge
X on my hand now take the oath
To positive youth to positive growth
To positive minds, to pure clean souls
These will be all my goals
Walk with me and my crew
There is so much shit we can do
And we won't stop until we're through

Nasceu um movimento então chamado de Youth Crew (literalmente em português: grupo dos jovens) e com este movimento nasceram bandas que se tornariam nos alicerces do tal movimento que impulsionou o sXe pelos Estados Unidos fora. Bandas como Gorilla Biscuits (por muitos considerada a melhor banda da era 1985-1990), Judge, Bold, Chain Of Strength, Slapshot, Project X. Muitas das bandas (tal como Youth Of Today) falavam também sobre vegetarianismo/veganismo, e embora sejam coisas diferentes, penso que ser vegetariano é uma evolução natural do Straight Edge, já que este representa respeito por tudo o que nos rodeia. Mas erradamente muita gente pensa que Straight Edge é igual a vegetarianismo.

Não vale a pena continuar a falar das fases de bandas sXe (tal como o metal-core, a segunda fase do Youth Crew entre 1995-2000). Este post é direccionado somente para o sXe e assim vai continuar, achei importante dar a conhecer um pouco do hardcore também pois sXe sem dúvida que é hardcore (o contrario já não) e sem o mesmo não poderia existir.

Ora então, resumindo, o que é o Straight Edge?

Ao longo dos anos o Straight Edge foi ganhando adeptos e como tal cada um, como individuo, adopta o sXe conforme as suas experiencias de vida (o que cá em Pt é uma coisa, nos Estados Unidos pode ser outra por exemplo). O sXe não é dogmático, mas também não é a festa da esquina em que qualquer um faz o que quer e lhe apetece e é sXe quando lhe apetece e depois já não é, e depois já volta a ser de novo. Uns dizem que tem que ser vegetariano (a meu ver é uma evolução natural), mas existem muitos que comem carne. Ah, e não esquecendo a religião dentro do movimento, isso já é uma escolha pessoal, cada um sabe naquilo em que a sua fé se baseia. Straight Edge é ser livre de drogas, álcool, tabaco ou qualquer outra coisa que nos torne a vida num estado vegetativo (ás vezes até a televisão ou a internet são piores que muitas drogas). É ser revolucionário sem ser preciso andar alterado para nos fazermos ouvir. Tomar controlo das nossas vidas e do nosso ser, ter respeito pelo próximo e por tudo o que nos rodeia. É estar dentro do movimento Hardcore e fazer alguma coisa por isso: ir aos concertos, organizar concertos, lançar uma zine, fazer uma editora, ter uma banda…. Ser uma pessoa activa! Daí eu dizer muitas vezes que Straight Edge é Hardcore. (por isso esse pessoal que já não vai a concertos e ainda se diz sXe… eh pah… tenham paciência, são tão sXe’s como os que apanham pielas e mocas ás escondidas, lembrem-se que o hardcore não se faz em casa ou atrás de um computador).


Todos nós temos o direito de nos sentirmos bem, bebendo ou fumando ou sendo sXe, desde que haja respeito, o sXe apenas contesta o facto de que não é preciso fumar ou beber para ser rebelde e popular.

09 agosto 2010

STRAIGHT EDGE em Portugal


Pois é, volta-se a falar de Straight Edge no "mundinho" que é o Hardcore... Há uns tempos tinha sido contactado para fazer algo como isto (se calhar até era para este mesmo video) mas a falta de tempo e as mil coisas para fazer todos os dias não o permitiram, mas acho que ficou muito bem entregue aqui ao Rafa, ao Luis e ao Break, pessoas que conheço há uns anitos e as quais também admiro por tudo o que fizeram dentro do Hardcore.

Não me quero alongar pois sei que há muita gente que não sabe o que é Hardcore ou Straight Edge e lê o meu blog, mas espero que com estes videos lhes chegue uma luz sobre estes "movimentos". Prometo no futuro fazer um post mais extensivo sobre estes dois assuntos para um melhor esclarecimento.

A musica sempre foi uma parte importante de mim, desde muito cedo. No inicio da minha adolescência comecei por ouvir punk-rock, mais tarde coisas um pouco mais pesadas até que por altura dos meus 18 anos descobri que havia um movimento em Portugal que não só fazia este género de musica como havia concertos quase todas as semanas, tudo pessoal conhecido e amigo e que não era apenas mais um sitio onde havia musica alta e barulhenta sem conteudo em que iam para lá um monte de desconhecidos fumar coisas estranhas e beber sabe-se lá o que e andar ao pontapé e iam para casa todos partidos... Descobri que realmente estes concertos eram como se de uma familia se tratasse, bandas com opiniões politicas, falavam de libertação humana e animal, contra a xenofobia e a homofobia, temas polémicos e negativos mas com uma mensagem positiva em relação aos mesmos! Havia bancas a vender um montão de livros e zines com os mais variados temas, o pessoal conhecia-se todo ou quase todo. Não iam para os concertos para apanhar "aquela moca" mas sim para partilhar informação, para estarem todos juntos a ouvir a musica que gostam, um escape a esta sociedade que nos acorrenta e nos absorve no seu meio para sermos todos ovelhas controladas pelo pastor invisivel, com os nossos cerebros adormecidos pelas drogas invisiveis que nos injectam pelos olhos ou pelos ouvidos. E escusado será dizer que no inicio da minha jornada por este mundo do Hardcore, 80% do pessoal nos concertos era Straight Edge... agora é o contrário infelizmente!

deixo aqui a letra e a musica que deu origem a isto tudo, sem o qual eu nao seria a mesma pessoa!

I'm a person just like you
But I've got better things to do
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I've got the straight edge


29 junho 2010

Viagem Costa Vicentina, Parte 2

Algures perto do cabo Sardão

Pizza Veggie em Vila Nova de Milfontes



Vila Nova de Milfontes


O belo do nevoeiro, sempre á nossa volta



A vista da mesa e umas cebolas a assar, camping Galé



Tentativa de ir surfar na galé... que ideia tao má!



Sines

Porto de Pesca

Cá estou finalmente a actualizar o blog com esta nossa aventura pelo litoral alentejano e algarvio.
Saímos do parque de campismo da Galé segunda de manha e seguimos viagem pela costa. Passamos em Sines, sitio bonito mas cheira constantemente a gás! Quem nao vivia ali era eu! ao passarmos o rio entramos numa zona de nevoeiro que nunca mais acabou... Queriamos ficar em Porto Covo mas o neoeiro era tanto que decidimos continuar viagem, mas sempre com a companhia de um nevoeiro intenso! Acabamos por parar em Vila Nova de Milfontes, não só por já lá termos estado mas porque há lá uns croissants maravilhosos que queriamos comer e estão fechados á segunda feira! Arrumar as coisas, fazer o almoço, estavamos despachados a meio da tarde! Como estavamos com um bocadinho de escaldao, decidimos deixar o sol para o dia a seguir e fomos dar uma volta pela vila. Ao fim da tarde o nevoeiro começou a sentir-se de novo, jantamos na pizzaria so sitio que tem umas pizzas veggie's bem boas, comemos um gelado e fomos de volta para a tenda. Nao estava a chover, mas o nevoeiro era tal que o andar na rua nos deixava as roupas molhadas!

O dia a seguir nao se avizinhava melhor, ao acordarmos fomos tomar o pequeno almoço á tao aclamada Coissanteria e fomos arrumar tudo e decidimos seguir viagem á procura de melhor tempo. Fomos visitar o cabo Sardão e fomos até á Zambujeira sempre junto á costa mas o nevoeiro era tal que nem se conseguia ver a água no fundo das ravinas... se tivesse o tempo limpo acredito que tinha sido uma experiencia visual diferente.
Um dos objectivos era parar em Odeceixe, tinha ouvido falar muito bem da vila e a praia é uma das Mecas do surf em Portugal. A vila de Odeceixe é muito bonita, ambiente muito tranquilo. Seguimos em direcçao a Odeceixe-Praia e qual nao foi o meu desanimo ao constatar que estava um nevoeiro horrivel e mal se via a praia da estrada. Decidimos entao seguir viagem e parar no proximo parque de campismo que estivesse ao sol, tivesse uma piscina e aceitasse cães (sim, poucos sao os que aceitam).
Passando já um pouco da hora de almoço e com as bexigas a apertar encontramos um parque de campismo chamado Serrão perto de Aljezur, Muito sol, boa piscina, pouca gente e muito agradavel. Ate lavagem para o carro tinha! Paramos, montamos a tenda, comemos alguma coisa, mandamos uns mergulhos na piscina e jantamos no restaurante enquanto viamos o jogo de Portugal (com uma tactica ridicula e a perder com a Espanha). Acho que já nao vamos saír deste parque. Apenas queremos ir visitar Sagres mas é aqui tao perto que nao vale a pena desmontar as coisas e ir para outro parque. Quando tiver mais novidades, venho cá certamente!

26 junho 2010

Viagem Costa Vincentina, Parte 1

Bem, cá vou eu começar com esta minha viagem nestas férias que começaram hoje e duram uma semana! Quando marquei esta semana de ferias foi com o intuito de descansar e me desligar da realidade por uns tempos! Decidimos fazer a costa Vincentina e ir parando onde nos apetecesse, ora neste momento cá estamos nós (Eu, Joelma e Clio) no parque de campismo da Galé, perto de Melides! Almoçamos na Lagoa de Albufeira, uma coisinha leve para irmos melhor na viagem!


Tenho algumas recordações de acampar aqui com os meus pais e o meu tio pouco antes da minha irma nascer, claro que o sitio está muito mais desenvolvido agora, mas mesmo assim continua um paraíso de férias! Pena a placa que diz ser proibido acampar em toda a zona :(

Seguimos viagem depois de almoço em direcção a Sesimbra, como é sabado foi tudo para a praia, estava um caos nos acessos ao Portinho da Arrabida e á praia dos Galapos (acho que é assim o nome). Quase me esquecia, passamos antes no Cabo Espichel, muito bonito, principalmente a igreja, que agora que penso bem, tenho pena de nao ter fotografado por dentro.

Portinho da Arrabida



Nao ficamos aqui a tirar fotos pois estava mesmo impossivel o transito nesta zona, fomos direitos a Setubal e apanhamos o ferry-boat para Troia.



Entramos em Troia, vimos onde os novos ricos iam passear o carro e rumamos em direcção a Melides, decidimos dar o dia por encerrado e acampar no parque de campismo da Galé. Achamos caro, mas vale muito a pena, enorme, bruta piscina, acesso directo á praia, boas condiçoes de higiene, bar e restaurante, musica ao vivo. Acho que nos convenceu a ficar mais uma noite, devemos partir daqui apenas na segunda feira! Ficam agora duas fotos da nossa casa até segunda-feira:



E isto é a nossa vista quando saímos da tenda, nao se nota na foto mas é a descer e tem o mar lá em baixo :)


28 maio 2010

Diário de um skin



Estou mesmo a acabar de ler este livro, já vou no epílogo e faltam uns textos em anexo. Nunca pensei que um livro sobre uma matéria tão sensivel pudesse ser tão bom. Normalmente o trabalho de um jornalista quando fala de um movimento underground (skinhead, straight edge, hardcore, vegetarianismo) nunca é um trabalho de louvar pois peca por falta de informação dando uma noçao errada e superficial do que realmente é. Foi preciso Antonio Salas infiltrar-se no mundo dos neonazis espanhois e por sua vez na claque Ultrassur do Real Madrid para mandar cá para fora um livro que mostra bem esse mundo, que a maioria do mortal, incredulamente para mim, nao conhece.

Livro facil de ler, cada capitulo tem um excerto do Mein Kampf (Minha Luta) de Adolf Hitler no inicio, o que mostra que o escritor nao andava ali a dormir. Todos os diálogos, todas as peripécias foram gravadas por uma camara oculta e nada foi alterado para romanciar o livro ou dar enfase ás situações. O autor desvenda tudo sobre o mundo Skinhead NS, os Ultrassur e as ligações á extrema direita, os partidos politicos de direita, as lojas, os grupos arianos espanhois legalizados. Fala do esoterismo e do paganismo, em que os skinheads acreditam, chega a ir ao extremo e falar da parte satanica de alguns membros de extrema-direita (quando digo satanica por favor nao pensem que sao pessoas que matam galinhas e fazem rituais sombrios, esse é o satanismo ridiculo que se vê nos filmes) e sobre algumas bandas de metal com estes ideais. 

Aconselho a toda a gente ler este livro, pois vejo que ninguem a nao ser uma percentagem minima de pessoas sabe o que é um verdadeiro skinhead... nem sabem que o movimento nasceu na jamaica em festas de reagge e que incialmente nao tinha nada a ver com racismo ou nacional socialismo. Nem sabem que existem varios skinheads, os de extrema-direita, os SHARP (SkinHead Against Racism Prejudice = skinheads contra o racismo), os RedSkins (de extrema-esquerda)... Por falar nestes ultimos, o autor tem também um capítulo a falar destes e mostra como os extremos se tocam tantas vezes... 

Fala bastante das contradiçoes em que vivem os skinheads e o autor tem sempre o cuidado de dizer que tudo o que ele exemplifica ou escreve, é tudo consequencia de actos que viu ou ouviu dos proprios intervenientes das filmagens clandestinas que fez. Conseguimos ter noção do ridiculo que são as claques ultra dos clubes de futebol, que espancam tudo e todos só por terem cores do clube contrário... temos noção do ridiculo que é o skinhead racista no mundo, pois existem skinheads na america do sul (como podem gritar por uma naçao ariana knd eles proprios sao mestiços?), existe ou tentaram fazer com que existisse uma célula do KKK em espanha o que para mim é impensavel pois se um espanhol fosse para a america seria espancado violentamente por esse mesmo grupo por ser considerado latino! Então a parte em que fala dos skinheads islamicos... isso para mim é que foi uma novidade! E a procura do III Reich pelo berço dos arianos no Tibete e a sua ligação com a religião budista, ainda me deixou mais baralhado e confuso... 

Conseguimos perceber também que o skinhead nacional-socialista é apenas uma "maquina de guerra" manipulada pela mente de uns quantos lideres politicos para fazerem o trabalho sujo por eles! E percebemos também o porque de os clubes de futebol deixarem que estas claques nazis invadam o futebol e até ficamos chocados com certas coisas que se passam dentro dos estádios.

mas bom, para mais info sobre estes assuntos e outros leiam o livro e tentem ser menos ignorantes em relaçao a isto e parem de fazer cara de surpresa quando digo que skinheads nao tem a ver com racismo e nacional socialismo e percebam o porque!


"Diga Hitler o que disser, nenhuma ideologia tem mais valor do que a vida humana. Sobretudo se essa ideologia é uma fraude com a qual se manipula uns cordeiros disfarçados de lobos."

20 maio 2010

Longstride: Rise, and rise again...



Ontem foi noite de cinema, como é o dia mais barato no Dolve Vita Tejo e as salas são novas, rende muito! Lá fui eu e a minha adorada mulher á sessão das 21h30 com alguma espectativa, principalmente da minha parte pois sou grande fan do Robin Hood "Prince of Thieves" com o Kevin Costner e Morgan Freeman (e sou ainda mais fan do Robin hood "Men in Tights" do Mel Brooks, mas isso é outro campeonato), mas por outro lado sabendo que o filme era realizado pelo Ridley Scott e com o Russel Crowe no papel principal, tranquilizou-me!Li umas quantas coisas em relação ao filme e soube que era uma historia um pouco diferente do que estavamos habituados... e depois de ler mais umas coisas sobre o Robin Hood percebi o porque de alguns factos e muitas coisas que se passaram no desenrolar do filme passaram a fazer sentido para mim!

Trocaram a personagem do Robin romântico e sábio por um mais duro e eloquente. Lady Marion também deixou de lado a personagem ingénua e frágil e passou a ser uma mulher mais velha e valente capaz de lutar ao lado de qualquer homem (coisa que na época não me parece que fosse possível de acontecer). O filme tem uma fotografia muito boa e uma história capaz de nos agarrar á cadeira sempre á espera da próxima cena. Dialogos bem construidos e frases que nos ficam na cabeça, que apela á liberdade de uma sociedade oprimida pelo estado e pelos impostos em vigor a mando de um ingénuo Rei João (irmão de Ricardo Coração de Leão), e que em certos aspectos se pode aplicar aos dias de hoje! Puseram um novo vilão, Godfrey, em vez do Xerife de Nottingham que neste caso é uma personagem meio cómica, e resultou na perfeição dando origem a um enredo muito bom.

Não achei grande piada ao facto de a história do Rei Ricardo ser diferente do que estamos habituados e baralhou-me um pouco o uso do nome Loxley neste filme... mas isso já são pormenores com menos importância e que por um lado até dão um rumo diferente ao filme. 

Por ultimo as batalhas são realmente fenomenais, nada a que Ridley Scott já não nos tivesse habituado e Russel Crowe assenta que nem uma luva nestes papeis de guerreiro, muito ao estilo de Gladiador. Pontos extra também para Mark Strong pois soube lidar muito bem com o papel de vilão mais uma vez, o que rouba bastante do protagonismo de Robin Hood como personagem principal. E não posso esquecer Max von Sydow (famoso pelo papel de Padre em O Exorcista) que faz o papel de Sir Walter Loxley, tão bem interpretado que sentimos logo grande empatia pela personagem e nos deixamos envolver pelos seus diálogos.

Aconselho a todos a ver o filme, é dinheiro bem gasto!

Nota: 7.5/10


Rise, and rise again. Until lambs become lions.

29 abril 2010

Amadora - Serpa - Mertola - Minas de S. Domingos

E aqui vem o meu resumo do fim de semana de Pascoa, que passou, em que aproveitei o facto de ter sido feriado na sexta-feira, e fui dar um volta pelo Parque Natural do Guadiana.


Eramos para ir na sexta logo de manha, mas decidimos ficar a dormir mais um pouco, já que durante a semana se dorme pouco e mal pois o tempo pra fazer tudo durante o dia nao estica (devia ser proibido acordar antes das 10 da manha). La fomos nós á aventura pela nacional (nunca tinho ido em direcção a Beja pela nacional), a melhor maneira de se desfrutar verdadeiramente da viagem e das paisagens.


Porco preto... não me lembro de alguma vez ter visto desta raça... estava mm acostumado aos cor de rosa lol


Chegamos a Serpa por volta das 18h30, iamos dormir numa pousada mas estava tudo cheio devido ás festas de Serpa serem nesse fim de semana. Depois de muito procurar la fomos nós parar ao parque de campismo e rendeu bastante: bem barato e sem muita gente! Tivemos que dormir no carro, porque nao levamos nada pra viagem a contar que as pousadas nao tivessem cheias (pra proxima ja nao me enganam, parques de campismo FTW). Ainda deu para vermos um filmezito (review feita aqui no blog) no nosso portatil que a bateria da pra bastante tempo e descansamos um pouco até de manha e lá fomos nós, após o pequeno almoço, em direcção a Mértola, mas pelo monte! 

A viagem começou cedo, acordamos por volta das 7h, se bem que nao foi bem acordar, parece que nao preguei olho a noite toda... mas la fomos nós tomar o pequeno almoço e seguir viagem! Acho que o melhor é colocar aqui algumas fotos da viagem até mértola, em vez de estarem praqui a ler...








Nao me enfiei na lama, nem colhi espargos... ahahahah





Tenho que escolher apenas algumas fotos, senão nao faço mais nada do que upload interminaveis, e aqui no blog é apenas um resumo para terem uma noçao de como foi! A seguir vem uma das coisas esperadas desta viagem: o Pulo Do Lobo! Com a chuva que tinha caído nos ultimos tempos o Guadiana estava carregado... e enquanto que parecia extremamente calmo antes de chegar ao Pulo do Lobo... neste sítio é tudo menos calmo!!







Não há palavras ou fotos que mostrem a verdadeira beleza. Quem puder, tem que ir visitar mesmo! A seguir fomos almoçar a Mértola e depois lá fomos nós, desta vez em direcção ao Pomarão. Uma vila muito bonita ali ao lado de Espanha e com uma barragem enorme mesmo ao lado. O Pomarão era a vila que recebia o minério recolhido pelas Minas de S. Domingos e daí era distribuido.






A seguir ao Pomarão fomos até Espanha, já que era ali ao lado, quem sabe até para meter gasóleo mais barato no carro... mas quando chegamos á primeira povoação deparamo-nos com um cenário esquisito... cidade, ou vila, completamente vazia, tudo fechado, inclusive as bombas de gasolina (acho que ainda nem tinha sido inaugurado)... Muito esquisito mesmo! E lá voltamos nós para Portugal, em direcção ás Minas de S.Domingos. Deixo então as ultimas fotos, sobre a viagem até ás Minas, e sobre as Minas inclusivé.













E pronto, sao estas algumas das fotos que fomos tirando, com um pequeno resumo do que se passou! Isto de passar as fotos para o blog dá um trabalho... por isso que demorei umas quantas semanas a actualizar! Mas já está e espero que gostem! 

Portugal é dos países mais ricos em termos de paisagem, só falta mesmo é ser explorado por todos nós que nao conhecemos nem 10% daquilo que ele nos pode oferecer. Em vez de procurarem destinos de férias paradisíacos, explorem primeiro Portugal, pois é tão bonito ou ainda mais que esses sitios pelo mundo fora. Dá para dividir as férias durante o ano e viajar cá dentro e ir para fora também!