28 maio 2010

Diário de um skin



Estou mesmo a acabar de ler este livro, já vou no epílogo e faltam uns textos em anexo. Nunca pensei que um livro sobre uma matéria tão sensivel pudesse ser tão bom. Normalmente o trabalho de um jornalista quando fala de um movimento underground (skinhead, straight edge, hardcore, vegetarianismo) nunca é um trabalho de louvar pois peca por falta de informação dando uma noçao errada e superficial do que realmente é. Foi preciso Antonio Salas infiltrar-se no mundo dos neonazis espanhois e por sua vez na claque Ultrassur do Real Madrid para mandar cá para fora um livro que mostra bem esse mundo, que a maioria do mortal, incredulamente para mim, nao conhece.

Livro facil de ler, cada capitulo tem um excerto do Mein Kampf (Minha Luta) de Adolf Hitler no inicio, o que mostra que o escritor nao andava ali a dormir. Todos os diálogos, todas as peripécias foram gravadas por uma camara oculta e nada foi alterado para romanciar o livro ou dar enfase ás situações. O autor desvenda tudo sobre o mundo Skinhead NS, os Ultrassur e as ligações á extrema direita, os partidos politicos de direita, as lojas, os grupos arianos espanhois legalizados. Fala do esoterismo e do paganismo, em que os skinheads acreditam, chega a ir ao extremo e falar da parte satanica de alguns membros de extrema-direita (quando digo satanica por favor nao pensem que sao pessoas que matam galinhas e fazem rituais sombrios, esse é o satanismo ridiculo que se vê nos filmes) e sobre algumas bandas de metal com estes ideais. 

Aconselho a toda a gente ler este livro, pois vejo que ninguem a nao ser uma percentagem minima de pessoas sabe o que é um verdadeiro skinhead... nem sabem que o movimento nasceu na jamaica em festas de reagge e que incialmente nao tinha nada a ver com racismo ou nacional socialismo. Nem sabem que existem varios skinheads, os de extrema-direita, os SHARP (SkinHead Against Racism Prejudice = skinheads contra o racismo), os RedSkins (de extrema-esquerda)... Por falar nestes ultimos, o autor tem também um capítulo a falar destes e mostra como os extremos se tocam tantas vezes... 

Fala bastante das contradiçoes em que vivem os skinheads e o autor tem sempre o cuidado de dizer que tudo o que ele exemplifica ou escreve, é tudo consequencia de actos que viu ou ouviu dos proprios intervenientes das filmagens clandestinas que fez. Conseguimos ter noção do ridiculo que são as claques ultra dos clubes de futebol, que espancam tudo e todos só por terem cores do clube contrário... temos noção do ridiculo que é o skinhead racista no mundo, pois existem skinheads na america do sul (como podem gritar por uma naçao ariana knd eles proprios sao mestiços?), existe ou tentaram fazer com que existisse uma célula do KKK em espanha o que para mim é impensavel pois se um espanhol fosse para a america seria espancado violentamente por esse mesmo grupo por ser considerado latino! Então a parte em que fala dos skinheads islamicos... isso para mim é que foi uma novidade! E a procura do III Reich pelo berço dos arianos no Tibete e a sua ligação com a religião budista, ainda me deixou mais baralhado e confuso... 

Conseguimos perceber também que o skinhead nacional-socialista é apenas uma "maquina de guerra" manipulada pela mente de uns quantos lideres politicos para fazerem o trabalho sujo por eles! E percebemos também o porque de os clubes de futebol deixarem que estas claques nazis invadam o futebol e até ficamos chocados com certas coisas que se passam dentro dos estádios.

mas bom, para mais info sobre estes assuntos e outros leiam o livro e tentem ser menos ignorantes em relaçao a isto e parem de fazer cara de surpresa quando digo que skinheads nao tem a ver com racismo e nacional socialismo e percebam o porque!


"Diga Hitler o que disser, nenhuma ideologia tem mais valor do que a vida humana. Sobretudo se essa ideologia é uma fraude com a qual se manipula uns cordeiros disfarçados de lobos."

20 maio 2010

Longstride: Rise, and rise again...



Ontem foi noite de cinema, como é o dia mais barato no Dolve Vita Tejo e as salas são novas, rende muito! Lá fui eu e a minha adorada mulher á sessão das 21h30 com alguma espectativa, principalmente da minha parte pois sou grande fan do Robin Hood "Prince of Thieves" com o Kevin Costner e Morgan Freeman (e sou ainda mais fan do Robin hood "Men in Tights" do Mel Brooks, mas isso é outro campeonato), mas por outro lado sabendo que o filme era realizado pelo Ridley Scott e com o Russel Crowe no papel principal, tranquilizou-me!Li umas quantas coisas em relação ao filme e soube que era uma historia um pouco diferente do que estavamos habituados... e depois de ler mais umas coisas sobre o Robin Hood percebi o porque de alguns factos e muitas coisas que se passaram no desenrolar do filme passaram a fazer sentido para mim!

Trocaram a personagem do Robin romântico e sábio por um mais duro e eloquente. Lady Marion também deixou de lado a personagem ingénua e frágil e passou a ser uma mulher mais velha e valente capaz de lutar ao lado de qualquer homem (coisa que na época não me parece que fosse possível de acontecer). O filme tem uma fotografia muito boa e uma história capaz de nos agarrar á cadeira sempre á espera da próxima cena. Dialogos bem construidos e frases que nos ficam na cabeça, que apela á liberdade de uma sociedade oprimida pelo estado e pelos impostos em vigor a mando de um ingénuo Rei João (irmão de Ricardo Coração de Leão), e que em certos aspectos se pode aplicar aos dias de hoje! Puseram um novo vilão, Godfrey, em vez do Xerife de Nottingham que neste caso é uma personagem meio cómica, e resultou na perfeição dando origem a um enredo muito bom.

Não achei grande piada ao facto de a história do Rei Ricardo ser diferente do que estamos habituados e baralhou-me um pouco o uso do nome Loxley neste filme... mas isso já são pormenores com menos importância e que por um lado até dão um rumo diferente ao filme. 

Por ultimo as batalhas são realmente fenomenais, nada a que Ridley Scott já não nos tivesse habituado e Russel Crowe assenta que nem uma luva nestes papeis de guerreiro, muito ao estilo de Gladiador. Pontos extra também para Mark Strong pois soube lidar muito bem com o papel de vilão mais uma vez, o que rouba bastante do protagonismo de Robin Hood como personagem principal. E não posso esquecer Max von Sydow (famoso pelo papel de Padre em O Exorcista) que faz o papel de Sir Walter Loxley, tão bem interpretado que sentimos logo grande empatia pela personagem e nos deixamos envolver pelos seus diálogos.

Aconselho a todos a ver o filme, é dinheiro bem gasto!

Nota: 7.5/10


Rise, and rise again. Until lambs become lions.