30 julho 2013

Viagem a Istambul - Abril/Maio 2013


Desta vez decidimos que iriamos até Istambul. Talvez influenciados pelo Assassin's Creed, que se passa na altura de Constantinopla, ao menos penso que foi uma boa influência e o jogo permitiu-nos ter uma semana de férias maravilhosa e de um choque cultural brutal.

Partimos de Lisboa no dia 28/04/2013 ás 22h45 em primeira classe, o que é optimo pois não aturas ninguém e os bancos são mesmo confortaveis, em direcção a Bucareste onde ficamos até ás 4h45, hora em que partimos para Istambul. Não saímos do aeroporto, e comprar algo lá dentro tornou-se uma missão dolorosa visto ser tudo estupidamente caro... uma Coca Cola e uma água cerca de 6 euros ou 7? Jesua!

Chegamos a Istambul ás 9h50 da manha e apanhamos um taxi para o nosso hotel que ficava em Sultanahmet. Transito de loucos a entrada em Istambul, carros em todo o lado, filas enormes, mas tendo em conta que a cidade tem 13 milhões de habitantes (6 milhões do quais são do Galatasary como me disseram mais tarde), até achei que o transito era bastante aceitável.


Fomo em direcção ao hotel, Asur Hotel para ser especifico, 3 estrelas baratinho mesmo no centro com pequeno almoço incluido. Era optimo e tudo o que precisavamos para dormir! E por falar em dormir, estavamos quase de directa e como tal mal cheguei ao quarto e me encostei na cama, adormeci, o que deu tempo para a Joelma organizar as coisinhas dela e tomar um banho e tal. Soube-me pela vida!



Fomos então passear pela cidade a pé, demos a volta a Sultanahmet inteira basicamente. Visitamos a Mesquita Sultan Ahmed, visto não se pagar e ficamos logo impressionados pelo tamanho. Deu para tirar um folheto informativo sobre o Islamismo, o que foi um ponto bastante positivo e pude aprender mais sobre a religião, que me surpreendeu bastante. Logo ao lado havia o Arasta Bazar onde fomos almoçar e beber um sumo de Romã, e que bendito sumo! Bazar bem organizado e com poucas pessoas, aconselho a quem quer umas compras mais calmas. Andamos em direcção á Universidade e descemos até ao Grande Bazar, o maior Bazar fechado do mundo, o qual passamos dum lado ao outro só para dar uma vista de olhos. De loucos! Milhares de pessoas, centenas de lojas e empregados a chatear para comprar ali porque ali é que é bom, quando nem diferencias as lojas... uma confusão que só visto mas que sem dúvida vale a pena experienciar. Prefiro o Spice Bazar, mas isso falo mais daqui a pouco.
Saímos do Grande Bazar numa saída qualquer e começamos a descer em direcção ao rio. Como não consegui identificar bem onde estava pelo mapa, fomos andando em direcção á Galata Bridge, só sabíamos que era sempre a descer. Acabamos por passar num bairro surreal, parecia Turquia interior esquecida, casas de 2 andares em madeira, putos a jogar á bola descalços e aqueles cotas de fato desfraldados om alta bigode, que parecem acabados de saír de um filme de terroristas qualquer, tudo a olhar para nós enquanto passavamos e a pensar: que raio estão estes turistas a fazer nesta rua? Claro que eu pensava: Se me derem uma facada e me deixarem pra morrer, nunca mais ninguem sabe de mim! Mas lá continuamos na boa e nada aconteceu!
Jantamos num restaurante qualquer, a comida nao impressou muito, talvez por ser meio pro turista, se bem que tinha alguns turcos a comer lá. Passeamos pela Galata Bridge á noite, um cheiro a peixe assado enorme que vinha dos pequenos stands que faziam as tipicas sandes de peixe de Istambul. Após o dia enorme fomos para o hotel e adormeci num instante.














Dia 2 – Depois de um pequeno almoço que nunca achei nada do outro mundo lá no hotel mas que completava os requisitos, fomos até Hagia Sophia para descobrir que havia um cruzeiro na cidade e que estava a abarrotar de turistas. Deixamos esse plano para trás e fomos apanhar o autocarro para a igreja de Chora. E que filme para apanhar o autocarro. Iamos a entrar no autocarro e pedimos dois bilhetes, como o Sr. Condutor não percebia nada que não fosse Turco, assobiou para alguém que lá veio a correr e disse que nos vendia dois bilhetes. Estranhamos e desconfiados queríamos ir comprar na bilheteira ao qual ele retorquiu um pouco chateado que tínhamos que andar bastante e que lá saíria mais caro. Voltamos a chama-lo e decidimos comprar-lhe os “bilhetes”. Damos-lhe o dinheiro, ele passa o bilhete electrónico duas vezes na maquina que fica na entrada do autocarro e diz-nos para entrar que já estava. Achamos o esquema muita manhoso mas como o condutor não disse nada, deixamo-nos ficar. Visitamos a igreja que impressionou pelos seus tectos feitos com mosaicos, bebemos o típico sumo de romã num cafezito local, decidimos o que fazer e partimos de novo á busca do autocarro de regresso. Entramos no autocarro e pedimos dois bilhetes. O condutor era um senhor bastante simpático que tinha vivido na Alemanha, falava pouco inglês mas lá nos compreendemos. Ele explicou que realmente eles estão proibidos de vender bilhetes e que temos que os comprar a alguém que tenha passe, ou seja, chamou por alguém que tivesse passe e pudesse dar duas viagens a troco de dinheiro, o senhor passou o passe dele duas vezes no controlo electrónico e demos-lhe o dinheiro dos bilhetes e pronto, é assim que funciona o andar de autocarro na Turquia pois até os locais faziam isto. Paramos na Mesquita Fatih, uma mesquita bastante grande e bonita e já em Sultanahmet fomos á Mesquita Nova dar uma vista de olhos. Bem, a Joelma deu uma vista de olhos, eu comecei a reparar que eram todas iguais por dentro e comecei a ficar na sombra a descansar cá fora. Claro que adormeci no autocarro e não vi metade da viagem! Como era a seguir á hora de almoço, pensamos que o pessoal dos cruzeiros já deveria estar a almoçar ou a passear pela cidade e fomos até Hagia Sophia. Realmente já se podia entrar á vontade e ficamos pasmados com o tamanho, uma antiga igreja ortodoxa Grega transformada em mesquita Imperial e hoje em dia um museu. Havia uma parte com obras de restauro mas deu para passar ali umas boas dezenas de minutos ao fresco e a admirar todos os pormenores.  Daí partimos para o Spice Bazar, a meu ver melhor que o Grande Bazar pois não tem tanta confusão. É mais pequeno e embora tenha bastante gente, só de pensar que a distância a percorrer é muito menor que no Grande Bazar, dá outra vontade de passear por lá. Antes de entrarmos no hotel passamos numa pequena loja tipo mercearia em que conhecemos um senhor do Curdistão bastante simpático que nos ofereceu chá de maçã após uns minutos de conversa. É normal na Turquia oferecerem chá ás pessoas caso apreciem a nossa companhia. Fomos tomar um banho e descansar as pernas e á noite jantamos no restaurante Imbat, que tínhamos marcado estávamos ainda em Portugal. Topo de um hotel com vista para a cidade, restaurante Turco gourmet. Nem sei o que dizer da comida, era fenomenal e vale mesmo a pena porque é bastante barato para nós devido ao nosso poder de compra. Digamos que duas pessoas que comeram entradas, prato principal e sobremesa, e era quase tudo o mais caro que havia, ficou em cerca de 35 euros. Melhor é impossível e o atendimento era excelente. MaŞAllah nazar deĞMesİN.  Acabamos por dar uma volta nocturna pela zona de Hagia Sophia, gosto sempre de visitar os sítios de noite com menos pessoas e mais calmamente.











Dia 3 – Custou-me um pouco a acordar, foi um pouco mais tarde que o normal e como queríamos ir a Topkapi devia ter saltado da cama mais cedo, mas não o fiz. Realmente Topkapi estava á pinha, centenas de pessoas em cada fila para ver o que quer que fosse. Fomos vendo o que conseguíamos nos sítios que tinha menos pessoas, demos uma volta pelos Salões onde viviam as mulheres do Sultão e os eunucos, vimos a sala do Trono e pensamos que já estaria menos pessoas no resto… errado! As filas eram enormes mas reparamos que também o eram porque as pessoas vão devagarinho ver cada peça exposta e ler tudo o que está lá. Decidimos passar ao lado da fila, entrar nas salas e ver tudo assim por alto, havia jóias e algumas armas, era engraçado mas nada do outro mundo e não valia a pena a espera, de todo. O próprio sitio era mais bonito de se ver por fora do que propriamente as coisas que estavam expostas, e uma das atracções principais, a Adaga de Topkapi encrustada de esmeraldas, tinha muito pouca gente a admira-la. Demos uma volta pelas salas que contém os tesouros mais valiosos da religião Islâmica que são de deixar qualquer um de boca aberta, inclusivé tinha uma pessoa a ler o Alcorão constantemente, o dia todo, o que nos envolvia totalmente no que estávamos a ver, como se fosse hipnotismo (checkem por Palácio de Topkapi no Google e vejam o que há por lá). Ao saír de Topkapi fomos pelas traseiras de Hagia Sophia em que descobrimos umas salas com túmulos da família real e fomos á Cisterna da cidade. Bastante húmido e quente, tudo iluminado desde o chão e com peixes gigantes dentro de água que metiam medo. Em duas colunas ao fundo da cisterna, na base, existe esculpido na pedra duas cabeças de Medusa que se pensa terem sido roubadas aos Romanos, o porque de terem sido colodadas ali é ainda um mistério. Apanhamos o eléctrico para irmos á praça Taksim mas era dia 1 de Maio, dia do trabalhador, sempre marcado por manifestações e confrontos com a policia. O eléctrico não passava a ponte de Galata por isso mesmo então decidimos ir a pé. Fomos até á torre de Galata em que nos fartamos de subir aquelas ruas inclinadas. Subimos a essa tal torre, uma das mais antigas da Europa e estivemos a apreciar a vista durante um bom bocado, o que significava descansar as pernas também. Saímos da torre e tentamos encontrar o caminho até Taksim, coisa que não conseguimos, os mapas não eram muito explicativos e aquela zona tem tantas ruazinhas que acaba por ser confuso. Fomos sempre a descer e lá perguntamos a umas pessoas a direcção de Taksim e se já era seguro ir até lá, ao qual responderam que sim. Começamos a subir a rua e víamos jornalistas de mascaras de gás na mão e pensamos que talvez não fosse boa ideia.  Já perto de Taksim estava um bloqueio policial e não deixavam passar ninguém, demos uma volta pelas imediações e não havia nada de especial para ver ou fazer. Comemos num cafezito qualquer e perdemo-nos pelas ruelas desertas daquela zona da cidade até chegarmos á paragem de autocarro para irmos de volta para o hotel. Á noite fomos á procura de um banho turco que desse para os dois. Andamos perdidos á procura de um chamado mesmo Sultanahmet Baths (se não estou em erro) no qual estava um senhor que dizia que podíamos os dois estar no banho á vontade pois era mixed e que era very good nice. Jantamos num sitio com uns senhores muita simpáticos, comemos uma pizza turca que era deliciosa e ainda nos ofereceram chá e as entradas por termos voltado lá para jantar após pedir direcções para os banhos. Hospitalidade turca no seu melhor!  
















 Dia 4 – Dia ocupado com o cruzeiro no Bósforo. Compramos os bilhetes e lá fomos nós apanhar o barco que nos levaria até Anadolu Kavagi. Eu estava em extase por pisar solo asiático pela primeira vez, principalmente na única cidade do mundo que abrange dois continentes. A viagem correu bem, já não me recordo bem mas foram quase 2 horas de caminho e deu para conhecer Istambul de outra maneira, uma vista magnifica com as várias casas á beira da água e alguns palácios. Já em solo asiático subimos até uma fortaleza que servia para vigiar quem vinha do Mar Negro, e que subida! Havia muita gente já a tentar cuspir os pulmões e a parar pelo caminho mas felizmente até estamos bem preparados fisicamente e embora eu nestas férias andasse mais cansado que o normal, não custou assim nada de especial. Não tem muito para ver, apenas tem uma vista brutal e depois uns quantos restaurantes algo caros para o turista comer. Como não havia mais nada á volta e estávamos cheios de fome, lá teve que ser. Reparamos que todos os cães têm tags de plástico nas orelhas, deve ser identificação para controlar a população e andam livremente pela rua. Comemos um geladinho e voltamos para o barco. Penso que foi também neste dia que comemos o típico gelado turco que é elástico em que fazem truques com o mesmo antes de o darem ás pessoas. Vale a pena ver os diversos vídeos no Youtube sobre estes malabaristas de gelados para termos uma noção. E acho que foi também neste dia que comi o melhor Kebab até hoje. Um sitio tão pequeno que só tinha balcão pra rua e com montes de miúdos da escola a comprar lá e pensei: deve ser típico e barato, para ter tantos miúdos aqui. Custou-me 2 liras turcas (o equivalente a 84centimos) e soube-me pela vida! O pão era óptimo, a carne estava no ponto, a salada era a suficiente e o molho a fugir para o picante era das melhores coisas! Fenomenal sem duvida. Compramos uns recuerdos no Spice Bazar, principalmente Turkish Delight que era uma delicia. Só de pensar fico com água na boca, mas nada de coisas em pacote, era artesanal. Ainda fomos a mais um mercado na rua para comprar umas coisas, bem tentamos negociar e de vez em quando fazem-se bons negócios mas há certos produtos que eles são mesmo inflexíveis. Antes de ir para o hotel passamos no nosso amigo do Curdistão para comprar umas garrafas de água e fomos deixar as coisas ao quarto para depois ir ver o Benfica a jogar com o Fenerbahce para a segunda mão da passagem á final da Liga Europa. Decidi comer no restaurante em frente ao hotel e para azar (ou não) meu eram todos do Fenerbahce. O Benfica saiu vitorioso para desespero de toda a gente no restaurante, piadas para aqui e para ali mas no final foram todos extremamente simpáticos e prestáveis. Foi um bom final de dia, sem duvida.











Dia 5 – Ultimo dia em Istambul. Acordamos nas calmas e fomos até ao ultimo sitio que queríamos mesmo ver antes de ir embora e que tinha sido impossível uns dias antes devido ao feriado do dia 1. Apanhamos os transportes até á praça Taksim e fomos passear pela Avenida Istiklal, a rua com mais comércio e com mais turistas de Istambul. Tantos turistas que nem sabemos onde pisar! Deu para ver uma igreja cristã bastante bonita pelo caminho, ver umas ruas laterais com bastante comércio e lojas no meio da rua como se fosse um mercado de jóias e roupa. Deu para gravar um outro malabarista de gelados e ver a hora da reza mais importante da semana em que quase a cidade toda pára para rezar. Fomos a pé até á ponte de Galata e a Joelma decidiu comer uma sandes de peixe tradicional daquela zona, já eu passei esse plano, não era coisa que me fascinasse. Fomos dar uma ultima volta pelos mercados, bebemos café turco que até era bastante bom e fomos para o hotel para ir buscar as malas e ir para o aeroporto que tínhamos que estar lá ao final da tarde. Ao saírmos do hotel os senhores do restaurante em frente onde tínhamos visto o jogo oerguntaram se já iamos embora, que era uma pena e se queríamos entrar para beber chá caso tivessemos tempo. Tivémos que dizer que não pois já estavamos em cima da hora, o que foi pena. Fomos de transportes e mais uma vez deu para ter outra prespectiva da cidade que é sem dúvida gigante. Apanhamos o voo e fizemos escala na Roménia novamente, mas desta vez de 6 horas. Digo desde já que voar na Turkish Airlines é bastante bom, tão bom ou melhor que a TAP. Como era sexta-feira o nosso querido amigo André “Avô Azias”, que mora em Bucareste, foi com a namorada, a Laura, buscar-nos ao aeroporto para visitar a cidade. Ficamos ambos bastante surpreendidos por toda a arquitectura e ambiente da cidade. Sem dúvida que é uma Paris em ponto pequeno, tudo muito bonito e arranjado. Para quem quiser umas férias bastante baratas e num sitio muito agradável não deixe de visitar Bucareste e ainda pode ir ver a floresta e o castelo do Dracula! Fomos a uma espécie de bairro alto da zona cheio de gente bonita e bem disposta, bares/discoteca abertos para toda a gente e com musica para dançar. Ficamos umas 3 horas com eles e fomos de novo para o aeroporto para apanhar o voo de madrugada para Portugal. Mais uma vez perguntaram-nos se queríamos passar para a Primeira Classe visto terem espaço (ter conhecimentos é outra coisa) e o que aproveitamos na viagem anterior, desta vez dissemos que só queríamos dormir e assim foi, só acordamos ao aterrar em Lisboa.











Conclusão: Istambul é maravilhosa, cidade enorme com muito para ver. Boa comida, pessoas simpáticas e prestáveis, tudo bastante barato se fugirmos ao típico mercado do turista. Vale a pena visitar e pode-se fazer com pouco dinheiro e uma mochila ás costas. Tenho saudades de ouvir os chamamentos para a reza que dão um ar mágico a toda a cidade. Acabamos por conseguir visitar Bucareste que certamente vai ser um futuro destino de férias, bastante agradável e barato para se passarem uns dias económicos. Havemos de voltar á Turquia, não só a Istambul mas como ao interior, quero muito visitar o interior e a costa da Turquia, mais conhecida como Riviera Turca.

Não temos muitas fotos porque decidimos filmar mais videos dos locais do que propriamente ver tudo por fotos, acabamos por ter uma noção muito maior das coisas em video, mas como demoram uma eternidade a carregar, deixo aqui apenas alguns e o resto podem pesquisar pois no Youtube existe tudo. Ou então vão até lá, é a melhor dica!

Stay Fresh

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